segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Glutamina

A glutamina é o aminoácido mais abundante no tecido muscular, perfazendo aproximadamente 50% de todos os aminoácidos em forma livre. Vale destacar que a glutamina não é um aminoácido essencial, sendo produzido pelo músculo. Esse nutriente é literalmente “arrancado” do músculo em períodos de treinamento pesado, sendo que pode ocorrer perda de massa muscular decorrente do esgotamento de glutamina e baixa no sistema imunológico. Quando ocorre esse esgotamento o músculo é o primeiro combustível, causando o tão temido catabolismo muscular.
Uma suplementação adequada deste nutriente, além de prevenir o catabolismo, é capaz de captar água para o meio intracelular, estimulando a síntese protéica. Semelhante ao que acontece com a famosa creatina. Também aumenta a recuperação muscular prevenindo o temido overtraining.
Glutamina tem uma estrutura única, constituída de 19% de nitrogênio, tornando-se o nutriente responsável por 35% de todo nitrogênio que chega ao tecido muscular onde é sintetizado para crescimento.
Um estudo demonstrou que a suplementação com 2g/dia de glutamina pode aumentar em 400% os níveis do hormônio do crescimento (GH), conseqüentemente sua massa muscular e a perda de gordura.
A glutamina pode ser ingerida em qualquer momento do dia, sendo que os mais importantes são, logo após o treino de musculação e antes de dormir. De preferência misturada com suco, para aumentar os níveis de insulina, facilitando o transporte do nutriente para dentro da célula muscular. Após consumir uma solução contendo 5g de glutamina, tem se demonstrado um aumento na concentração plasmática deste nutriente 30 minutos após a administração.
Um estudo publicado no jornal do American College of Sports Medicine constatou que a prática regular de atividade física (leve) aumenta a capacidade do sistema imunológico, sendo que para praticantes de musculação pode ocorrer o contrario, uma baixa no sistema imunológico, decorrente da pouca oferta deste poderoso aminoácido.
A função de suplementar a alimentação com este nutriente estimula o crescimento muscular, pois a glutamina tem ação anabólica. O organismo humano é capaz de produzir glutamina, no entanto, durante o exercício prolongado, os níveis deste aminoácido podem cair em até 50%, o que debilita o sistema imunológico. A glutamina ajuda a reduzir o intenso catabolismo muscular, diminuindo a fadiga. No livro Nutrição e Suplementação Esportiva, de Frank Bacurau, o autor relata que é importante destacar que a glutamina não é um aminoácido essencial, sendo intensamente produzida pelo músculo.
Diversos estudos sobre o papel desse aminoácido na síntese protéica, volume celular e síntese de glicogênio sugerem que ele possa promover o crescimento muscular e minimizar a imunossupressão induzida pelo exercício. O interessante é que esses estudos foram realizados tanto em humanos quanto em modelos experimentais.
A glutamina exerce papel estimulador sobre a síntese protéica através do aumento de volume celular e da pressão osmótica, curiosamente o mesmo mecanismo atribuído à creatina neste particular (aumento da síntese de proteínas).
É importante destacar que a glutamina não é um aminoácido essencial, sendo intensamente produzido pelo músculo. A maior produção e liberação de glutamina está relacionada a fatores fisiológicos (exercício) e estressores (cirurgias, traumas, queimaduras). Nestes casos, sua demanda está aumentada.
A concentração intramuscular de glutamina pode regular o catabolismo e anabolismo protéico. A suplementação desse aminoácido em indivíduos submetidos a fatores estressantes, como cirurgia, tem contribuído para que a queda da síntese protéica não seja tão acentuada.
A glutamina também pode estimular a síntese de glicogênio (que quando armazenado traz consigo água para o intracelular), aumentando conseqüentemente a disponibilidade de energia para os processos anabólicos.
Altas concentrações de cortisol estão correlacionadas positivamente com aumento no fluxo de glutamina para fora do músculo. O cortisol parece ter efeito estimulatório sobre a glutamina sintetase, aumentando sua atividade, desviando o destino do pool de aminoácidos para sua síntese de proteínas, contribuindo para a atrofia muscular.
Ela também desempenha um papel modulador na secreção de alguns hormônios como: GH, Prolactina, ACTH. Em situações como Overtraining, em que a liberação de GLN está reduzida, os atletas sofrem uma imunossupressão.
Um estudo realizado em nosso laboratório, a ser publicado no Medicine and Science in Sport and Exercise, demonstrou que a suplementação de BCAA (matéria-prima para a síntese de glutamina) em triatletas induziu redução da incidência de sintomas ligados à infecções do trato respiratório superior. Este efeito apareceu associado à manutenção das concentrações plasmáticas de glutamina, reduzidas após o triathlon olímpico. Os atletas foram suplementados com 6 g/dia de BCAA durante um mês antes de uma competições de triathlon olímpico.
Muitas vezes, a suplementação oral de glutamina falha em aumentar sua concentração plasmática, pois os enterócitos (células epitélio intestinal) consomem a maior parte desta. Porém esta suplementação exógena poupa a glutamina endógena, aumentando a disponibilidade deste aminoácido para outros tecidos. Uma forma alternativa para suplementação oral de glutamina é administrá-la na forma de dipeptídio.
Alguns estudos recentes em atletas têm utilizado suplementação oral de glutamina a fim de prevenir a queda na concentração de glutamina no plasma. Os resultados obtidos, após a administração de uma solução contendo 5g de Glutamina em 330ml de água, têm demonstrado que após 30 minutos da suplementação é possível observar-se um aumento na concentração plasmática de glutamina que retorna ao normal duas horas após a suplementação. As dosagens freqüentemente utilizadas nos estudos variam entre 4 a 12 gramas de Glutamina em indivíduos adultos.

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